segunda-feira, 25 de maio de 2009

O Objetivo da Educação a Distância

Fichamento: O Objetivo da Educação a Distância (Capítulo 3)
MOORE, Michael & Kearsley, Greg. Educação a Distância

Educação por Correspondência e Estudo em Casa

Neste primeiro momento do capítulo, os autores tratam desta modalidade de ensino-aprendizagem em que o principal meio de comunicação é o texto enviado pelo correio. O DETC – Conselho de Educação e Treinamento a Distância – estima mais de 4 milhões de alunos matriculados em cerca mil cursos de 60 instituições de ensino nesta modalidade nos EUA.
O texto menciona diversas instituições americanas que trabalham com educação por correspondência e depois conclui dizendo que, nestas instituições, o grau de interação do aluno com o instrutor é, geralmente, muito pequeno; e o grau de interação aluno-aluno é inexistente. São cursos onde a forma de estudo é “individual e autodirigida”.

Estudo Independente

Estudo independente é uma expressão criada nos anos 60 por “administradores universitários para descrever seus cursos por correspondência e para diferenciá-los das escolas com fins lucrativos”. Estes cursos incluem ainda outras tecnologias, como video, transmissão via TV, CD-ROMs e internet.
São, em sua maioria, cursos com conteúdos mais acadêmicos, como graduações de 2 anos, bacharelados ou mestrados, e os alunos tem que ser aprovados para poder cursar.

Substituição da Mídia Impressa pela Mídia Eletrônica

Pergunta feita pela American Association of Collegiate Indepent Study, em 2001, aos seus associados: “Quando você acredita que o número de alunos matriculados nos programas de seus cursos on-line excederá aquele baseado em material impresso? Os respondentes indicaram: 0-5 anos: 29%; 6-10 anos:42%; 11-20 anos: 8%; mais de 20 anos: 4%; nunca: 0; já excederam: 13%”.

Telecursos

Telecursos são cursos cuja principal tecnologia é o vídeo gravado, não ao-vivo. Ele pode ser distribuído/transmitido por videoteipes, cabo, satélite ou internet.
Há, nos EUA, uma organização administrada por 348 estações de televisão públicas, chamada PBS, que “atua como centro de coordenação nacional para telecursos de faculdades”. De acordo com o texto, “todo ano, 60% das faculdades americanas licenciaram telecursos pelo PBS e quase 96% das estações de televisão pública dos EUA transmitiram telecursos de nível universitário”.

Educação a Distância no Ensino Superior: Pesquisa do NCES em 2001

Dentre os resultados divulgados no texto, acerca desta pesquisa realizada pelo National Center for Educational Statistcs em 2001, ressalto os seguintes:
56% de todas as instituiçlões que concedem diplomas ofereceram cursos de educação a distância;
existiram, aproximadamente, 3.077.000 matrículas em todos os cursos de educação a distância oferecidos por instituições com cursos de dois e de quatro anos;
a maioria das instituições usava a internet, com 90% indicando que empregava comunicação assíncrona, e 43%, comunicação síncrona.


Universidades Abertas

A primeira universidade dedicada inteiramente ao ensino a distância foi a University of South Africa, que iniciou suas atividades logo após o término da 2ª Guerra Mundial. Inspirada nela, e em algumas outras experiências, é que foi fundada, em 1969, a Universidade Aberta do Reino Unido (UA). Ela ficou conhecida ao redor do mundo por seu grau de excelência, tornando-se modelo para diversas outras instituições similares.
Muitos dos princípios da UA são seguidos por outras Universidades Abertas, como os mencionados abaixo:
qualquer pessoa pode se matricular, sem levar em conta sua educação anterior;
o estudo é feito em casa, no trabalho ou em qualquer lugar que o aluno escolher;
o objetivo do empreendimento é a grande escala, geralmente nacional;
há grandes investimentos, principalmente de fundos públicos;
é utilizada uma ampla variedade de tecnologias.
Sendo instituições que visam educar à distância, as universidades abertas utilizam muito tecnologias de áudio e vídeo e baseadas em computador. No Reino Unido, a UA tem seus cursos produzidos em parceria com a BBC. Ainda assim, o material impresso constitui a espinha dorsal da maioria dos cursos das universidades abertas.

Televisão Interativa: Redes por Satélite e a Cabo

A forma mais comentada de educação e treinamento a distância nas décadas de 80 e 90 foi a que utilizava satélites para trasmistir os cursos. “Os cursos baseados em satélite geralmente são veiculados aos alunos em grupos de acordo com uma programação determinada pela instituição de ensino. O que os torna diferentes dos telecursos é serem interativos, com feedback, perguntas e discussões transmitidos – usualmente por conexão telefônica – do público para os especialistas em conteúdo, em um estúdio a distância”.
Muitas instituições oferecem serviços para empresas, que as contratam para algum tipo de treinamento específico. Por meio de transmissões de curso via satélite, as empresas perceberam que podiam padronizar o treinamento de seus funcionários, diminuindo custos.
Há, nos EUA, a NTU – National Technological University -, que oferece cursos de mestrado e educação continuada, principalmente na área de engenharia. “A NTU não possui corpo docente ou campus próprio, e usa satélite, vídeo digital compacto e tecnologia da informação para transmistir mais de mil cursos ensinados por professores de 50 universidades importantes para mais de mil locais de operação em âmbito internacional”. Seus clientes são empresas, que selecionam funcionários para fazerem os cursos oferecidos por eles.
Com o surgimento da tecnologia on-line, esses sistemas tiveram que se readaptar. Alguns programas foram extintos, outros fundiram-se às novas tecnologias. “O programa transmitido por satélite pode ser mais adequado para apresentações de preleções ou demonstrações ao vivo ou filmes, ao passo que o programa on-line proporciona oportunidade para a interatividade em pequenos grupos, a comunicação de participantes individuais com os professores e um acompanhamento mais aprofundado das matérias”.

Aprendizado On-Line e Universidades Virtuais

Com o avanço da internet, praticamente todos os cursos a distância passaram a possuir alguma presença on-line. Algumas instituições forma criadas com o intuito de oferecer aprendizado on-line. Foram chamadas universidades virtuais.
Uma destas instituições é a Jones International University, considerada a “primeira universidade integralmente on-line e certificada”. Eles são voltados, principalmente, para o público adulto e têm cursos com caráter de desenvolvimento profissional, tanto em nível de graduação como mestrado. É interessante ressaltar o fato de que metade de seus alunos tem as taxas pagas por seus empregadores.
O texto cita ainda diversas outras instituições americanas, mas creio que vale destacar o fato de que “algumas instituições consideradas universidades virtuais foram criadas como um meio para comercializar um produto”. Os autores citam como exemplo a Barnes&Noble University – que oferece cursos gratuitos ministrados por autores com o intuito de aumentar a venda de livros – e a Macromedia University – com cursos on-line específicos para utilizar seus programas.
Outros exemplos de escolas que se utilizam do aprendizado on-line são as escolas K-12 e também algumas de ensino médio, oferecidas por universidades. A Virtual High School é uma das primeiras escolas de ensino médio virtual, oferencendo “mais de cem cursos em artes, administração, idiomas estrangeiros, linguagens artísticas”, entre outros. “Esses cursos são desenvolvidos e lecionados por professores nas escolas VHS (162 em 2003) localizadas em 21 estados e no exterior. Cada escola participante paga uma taxa anual pra parte da VHS e isso permite o acesso de seus alunos aos cursos”.
Além de escolas e universidades, também existem provedores que oferecem cursos de educação a distância on-line prontos. São empresas de e-learning que chegam até a disponibilizar orientadores on-line, fóruns de discussão, possibilidades de interação com palestrantes, etc.
As forças armadas americanas também se utilizam de tecnologias de ensino a distância, principalmente por possuírem alunos em condições geográficas complexas, como marinheiros em alto mar. “Uma das iniciativas mais ambiciosas é Universidade Virtual do Exército”, que oferece aos soldados “acesso a mais de 168 programas que concedem diplomas e certificação por 32 instituições”, incluindo bacharelados e mestrados.
Existem ainda algumas iniciativas de compartilhamento de cursos. Uma das mais conhecidas é a do MIT – Massachusetts Institute of Technology -, que pretende disponibilizar gratuitamente ao público, seus milhares de cursos. “Para cada curso são fornecidos o programa, as leituras, as anotações de aulas, o horário, as tarefas, os testes e materiais de estudo”. Mas, levando-se em conta que o processo educacional “exige um recurso mais valioso do que leituras e anotações de aula”, no caso, o “valor agregado pelo instrutor e o envolvimento na interação com os colegas”, esta iniciativa tem levantado muitas discussões quanto ao seu verdadeiro valor.

Criação e Desenvolvimento de Cursos - Parte 03

Elaboração de uma Audioconferência

“A audioconferência é uma tecnologia excelente para veicular a educação a distância em escala reduzida, pois pode ser utilizada com o mínimo de apoio técnico e é mais econômica que outras formas de teleconferência” (p. 119)

[Para uma audioconferência interesante, alguns passos devem ser respeitados:
Elaborar um guia de estudos
Ressaltar Segmentos e atividades
Fazer a relação de alunos
Testar, testar e testar] (p. 119 a 120)

[Para se transmitir videoconferências e webconferências, os passos apresentados para uma audioconferência são muito parecidos, ainda que alguns aspectos possam ser um pouco diferentes, como sistema de transmissão (por satélite, por web, etc), tipos de testes e equipamentos, custos, entre outros] (p. 121 a 123)


Criação e Desenvolvimento de Cursos Baseados na Web

[No conteúdo da web existem pelo menos três abordagens do processo de criação e desenvolvimento: Ferramentas autorais, que permitem que profissionais de criação elaborem sequências interativas, animações, testes e apresentações multimídia; Arquivos na Web, que são a maneira mais fácil de se criar materiais de aprendizado em formato HTML – padrão de páginas estáticas para internet; e Sistemas de Aprendizado Integrados, programas criados especificamente para abrigarem cursos web, tais como Moodle e WebCT, onde o instrutor não precisa dominar ferramentas de programação e/ou gráficas para se utilizar de seus recursos, ainda que fique limitado a eles.] (p. 124 a 125)

(Aqui, o autor não comenta muito as possibilidades de hibridização de duas ou mais destas possibilidades, situação esta a mais comum em cursos como os veiculados pela UAB-UFSCar)

Princípios de Criação na Web

“As considerações mais importantes são a legibilidade, capacidade de utilização e complexidade da informação. […] As telas precisam facilitar o máximo possível de leitura”

[Neste ponto, o autor expõe alguns pontos para permitir ao curso web uma maior agradabilidade e, por consequência, aumentar o interesse do aluno, como diminuir a quantidade de informações, utilizar de cores e imagens, aumentar a interação, utilizando-se de falas dos alunos, visualidade dos dados, como tabelas e exemplos, etc.] (p. 125 a 126)


Determinação da Participação dos Alunos

“Independentemente de que forma de educação a distância estiver sendo elaborada, um elemento que precisa se destacar na mente dos profissionais de criação é a extensão da necessidade de participação do aluno e de como planejá-la” (p. 128)

“As pessoas são naturalmente mais cautelosas a distância, especialmente quando não conseguem ver os outros participantes, e isso ocorre com mais ênfase na comunicação assíncrona do que na síncrona” (p. 129)

“Na maioria dos cursos a distância, os alunos devem entregar tarefas para serem avaliadas, e a tecnologia de comunicação usada para isso lhes permite formular perguntas e receber suas respostas. Proporcionar feedback desse modo possibilita ao instrutor, moderador ou ao orientador estabelecer uma sensação de participação no curso.” (p. 129)


Criação do Aprendizado Autodirigido

“A capacidade de realizar toda ou a maior parte da criação do próprio aprendizado de uma pessoa, de avaliar o próprio desempenho e de fazer os ajustes adequados são os atributos de um aluno autodirigido […] Tendo em mente que a interação consome tempo e dinheiro, é importante para os profissionais de criação estimar o quanto seus alunos são capazes de agir de modo independente e o quanto precisam de interação com o instrutor e a instituição de ensino.” (p. 130)


Monitoramento e Avaliação

“Na educação a distância, pelo fato de o aluno estar distante do instrutor e de este normalmente estar longe da entidade administrativa, o sucesso de toda a iniciativa depende de um sistema edicaz de monitoramento e avaliação. […] Uma das poucas generalizações que se pode fazer a respeito de qualquer programa de educação a distância é que um bom sistema de monitoramento e avaliação pode conduzir a um programa bem-sucedido, ao passo que um sistema ruim quase certamente levará ao fracasso.” (p. 130)

[Aqui o autor especifica que é importante uma especificação preliminar dos bons objetivos de aprendizagem, elaboração de trabalhos por parte dos alunos, sendo gerenciados pelo educador, e aqui um ponto importante é a questão do tempo de realização, e por último a utilização de bons relatórios e coleta de dados] (p. 130 a 132)


Direitos Autorais

[Neste ponto, o autor alerta para as limitações legais da utilização de materiais que possuam algum tipo de limitação de direitos autorais e intelectuais e a necessidade de obtenção destes direitos para veiculação de materiais como livros, textos, vídeos e outros que estão sob a lei]


Princípios Gerais de Criação

[Neste ponto, o autor recupera todos os pontos do texto, expondo quais características tem de estar sob os olhos do criador de um curso a distância. Entre eles, podemos destacar uma boa estrutura, objetivos claros, unidades pequenas, participação planejada, integralidade, repetição, síntese, simulação e variedade, modularidade, feedback e avaliação.] (p. 134 a 135)

Ponto de vista: Randy Garrison

[No final do texto, o autor coloca a posição de um outro pensador, explicitando a necessidade da adoção de um sistema como o descrito nos temas anteriores para dar um passo além na educação] (p. 135)

“É momento de considerarmos seriamente como criamos e veiculamos experiências educacionais levando em conta a adoção em grande escala da tecnologia de comunicações na sociedade em geral. Até agora, esses progressos não exerceram um impacto significativo nas tradicionais instituições educacionais” (p. 135)

MOORE, Michael & KEARSLEY, Greg. Educação a Distância

Criação e Desenvolvimento de Cursos - Parte 02

Elaboração do Guia de Estudo

“O guia de estudo é muito diferente de um livro didático ou de um livro de leituras. Ele tem por finalidade, principalmente, comunicar informações e o guia de estudo pretende comunicar o ensino” (p. 116)

(O guia de estudos é, na verdade, um roteiro a ser seguido pelo aluno, elaborado pelo educador, para que ele siga os passos planejados durante o curso afim de maximizar a potencialidade do curso em alcançar os objetivos propostos)

Criação de Lições ou Unidades

“As informações e as atividades que são comunicadas nos materiais de aprendizado a distância devem se organizadas em lições ou unidades completas.” (p. 116)

“Um dos motivos é que se torna mais fácil para o aluno enquadrar o estudo no estilo de vida adulto normal e ativo. […] Segmentar o conteúdo e as atividades permite que os alunos parem quando desejarem, oferecendo uma sensação de finalização e progresso. Também é mais fácil identificar os problemas dos alunos quando a matéria for dividida desse modo, pois os segmentos podem ser associados a um objetivo ou atividade de aprendizagem específico” (p. 118)

Estilo de Redação

“O guia de estudos tem por finalidade substituir as explicações usuais dadas por um instrutor em sua sala ou sala de aula, e a linguagem deve refletir essa situação” (p. 118)

Layout

“[…] Provavelmente, o fator mais importante na organização do texto impresso é a existência do espaço em branco no documento, para que fique atrativo visualmente e evite sobrecarregar o aluno com muitas informações de uma só vez. […] O uso da cor pode ajudar na estruturação do conteúdo, bem como na produção de um documento ou website atrativo e interessante, porém, a aplicação bem-sucedida depende da compreensão profissional e da seleção criteriosa entre as alternativas possíveis” (p. 119)

MOORE, Michael & KEARSLEY, Greg. Educação a Distância

Criação e Desenvolvimento de Cursos - Parte 01

Introdução

“Toda instituição que oferece educação a distância precisa organizar o trabalho de especialistas diferentes, que geram estratégias de conteúdo e de ensino e os dispõem em cursos. O conteúdo precisa ser estruturado de uma forma adequada ao aprendizado a distância e preparado para distribuição por meio de uma ou mais das tecnologias. A interação de alunos e instrutores, seja de modo assíncrono ou em tempo real, precisa ser planejada.” (p. 107)


(O autor destaca aqui, no início do texto, que a educação a distância depende do trabalho de vários profissionais e da interação contínua com o aluno de forma organizada e planejada)


Criação de Sistemas Educacionais

Estágios da Criação Educacional

[Análise – Identificar características do conteúdo a ser ministrado, dos alunos e do ambiente para que se entenda quais são as necessidades para criação de materiais e métodos de avaliação.
Elaboração – O que foi analisado é estrututado com objetivos de aprendizagem específicos e determinados, articulando cada um dos elementos que vão compor o curso, inclusive com testes de feedback para se verificar a eficácia dos instrumentos e ferramentas planejadas.
Desenvolvimento – Estágio onde os materiais planejados são enfim criados. As equipes de produção impressa, audiovisual e de layout trabalham conforme resultados obtidos nas fases anteriores.
Implementação – é onde o curso em si é ministrado conforme materiais produzidos e planejamento realizado.
Avaliação – É onde se faz uma revisão de tudo o que foi planejado e aplicado para se verificar onde há melhorias a se fazer, ajustes e reestruturações. Nesta fase, definitivamente, é o momento onde se entende se o curso cumpriu com seus objetivos ou não, e onde há que se corrigir para que atinja em uma próxima oferta.] (p. 108 a 109)

A Abordagem Planejada

[Essa abordagem evidencia a importância do planejamento, buscando diminuir ao máximo, ou até eliminar, correções de última hora nas fases de implementação e avaliação] (p. 109 a 110)

A Equipe de Desenvolvimento

[Há basicamente duas formas de organização de uma equipe para desenvolvimento de um curso a distância, além de variações e misturas destes dois tipos] (p. 110)

O Modelo Autor-Editor

“O modelo autor-editor era o método usual de desenvolvimento do curso na instrução por correspondência. Um especialista na matéria escrevia o esboço de um guia de estudos por correspondência e um editor revisava, a fim de produzí-lo.” (p. 111)

“Embora a abordagem autor-editor tenha passado a ser o método preferido para a produção dos cursos de correspondência mediante materiais impressos, ocorre uma prática análoga com algumas instruções baseadas na web, quando um acadêmico ou outro especialista em conteúdo fornece a matéria e um programador da web o elabora em seguida para inserí-lo em um servidor” (p. 111)

Modelo da Equipe do Curso

“Cada curso é criado e produzido por uma equipe que pode ser formada por até 20 ou mais pessoas, em que todo membro é um especialista. […] Além de assumir a responsabilidade pelo conteúdo do guia de estudo, os acadêmicos reúnem livros de leitura, fazem gravações em áudio e vídeo, planejam páginas da web e atividades baseadas na web e criam testes e exercícios, tudo isso com o aux;ilio de especialistas nessas tarefas. Esses especialistas técnicos incluem: produtores da web, editores de texto, disigners gráficos, produtores de rádio e televisão, profissionais de elaboração de instrução, bibliotecários e até mesmo um fotobibliotecário especializado.” (p. 113)

Pontos Fortes e Pontos Fracos

[Basicamente, o autor aqui define que enquanto o sistema autor-editor é muito mais rápido e prático, envolvendo menos pessoas e menos diálogo, tornando o curso assim mais dinâmico na sua criação, o sistema de equipe é muito mais completo, tanto no que tange a possibilidades de desenvolvimento do curso em diversas mídias, como na criação destas. Enquanto não há muito o que variar neste aspecto em uma equipe limitada a duas pessoas, o modelo que adota especialistas permite que o curso tenha uma pluralidade maior de elementos. Outro ponto-chave que o autor coloca é quastão financeira, já que uma equipe com menos pessoas e menos variedade midiática também significa menor custo de desenvolvimento, ainda que, para grandes números de alunos, acaba por não ser tão inidcado assim.] (p. 114)

A “Equipe Enxuta”

“Nas instituições com finalidade dupla em que os curso não foram somente veiculados por correspondência, mas também por televisão, por videoconferência ou pela internet, a parceria autor-editor tem se ampliado, às vezes, a fim de incluir alguns outros especialistas, porém, não em uma escala comparável às equipes do curso das instituições com finalidade única” (p. 115)

(Trazendo este conceito para os cursos web, é uma espécie de meio-termo de um curso desenvolvido somente por duas pessoas e um curso com equipe completa. Ou seja, inclui aos elementos básicos web alguns outros, como vídeos ou material impresso)

MOORE, Michael & KEARSLEY, Greg. Educação a Distância

terça-feira, 14 de abril de 2009

link webcam jogos

olá turma. Vejam este vídeo. Lá pelos 2:30 tem um xilofone.

http://www.google.com/accounts/RP?c=CNPlxZi0r5qYtQEQ7Z3t6OSegbj0AQ&hl=pt_BR

aqui tem os jogos para webcam.

http://www.lorenzgames.com/search/Webcam/page/1

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Televisão comercial, televisão educativa

A relação entre televisão educativa, tal qual a concepção de Pfromm Neto, e a televisão comercial sempre foi muito intensa e cheia de conflitos nas suas definições, conforme interesses e agentes envolvidos. Mesmo antes de emissoras públicas de caráter educativo surgirem no país, as televisões comerciais pelo mundo, desde já os anos 1940, exibiam programas de cunho didático-pedagógico. No Brasil, a partir do surgimento da televisão já na década de 1950, algumas foram as iniciativas de fundações e entusiastas em criar e difundir programas que tinham por finalidade primordial o de ensinar. Neste ponto, é recorrente que se utilize do termo “educativo” para designar qualquer programa que tenha por intenção, da sua concepção à exibição, passar conhecimento.
Por alguns anos, os canais comerciais brasileiros, a se destacar a Rede Globo, a TV Tupi e a Independentes, exibiram programas educativos por uma obrigação legal, veiculando, na maioria das vezes, programas produzidos por emissoras educativas. Outras possibilidades foram exploradas, como parcerias entre TVs públicas e privadas, ou mesmo canais comerciais que produziam seus programas educativos para posterior distribuição em outros canais. Aqui, novamente o que se entende por educativo, tanto nas emissoras comerciais quanto nas públicas, vem a tona, já que não há uma lista de especificações, ou de critérios, para tal definição. Esta é, portanto, subjetiva e se apresenta de acordo com os interesses envolvidos.
Tanto no Brasil como em outros países, tais como os Estados Unidos, a televisão educativa teve uma ótima expansão nos anos 1970. A legislação, por um lado, obrigava os canais de cunho comercial a exibir uma certa carga horária semanal de caráter educativo, enquanto as emissoras públicas se dedicavam a essa produção. Sem dúvidas, a televisão é um dos mais amplos e difundidos veículos de distribuição de conhecimento e, assim, um potencial instrumento de ensino, independente do avanço da tecnologia de outros meios, como internet, por exemplo. No caso das TVs públicas, foram vários os nomes de profissionais envolvidos na produção destes programas, sejam eles técnicos audiovisuais ou especialistas das mais diversas áreas, a se destacar da psicologia e da pedagogia.
Ainda pode-se colocar as dificuldades que essa programação específica enfrenta em nosso país. Sejam elas financeiras, tecnológicas e até mesmo ideológicas, as razões pelas quais as emissoras educativas sempre estão a mingua se colocam como grandes obstáculos a sua ampla divulgação e implementação. Somando-se a isso, há pouco espaço nas emissoras comerciais para essa programação, visto que dão pouco ou nenhum retorno financeiro, já que não atrai um grande público, e, portanto, grandes investidores. Desta forma, ainda que haja uma grande profusão de canais, emissoras, produtoras e retransmissoras de TV no Brasil, fazendo com que esta cumpra um papel importantíssimo na construção do imaginário coletivo da população brasileira, no seu comportamento e padrões sociais, há ainda muito o que se avançar no sentido da utilização deste importante meio de comunicação com fins educacionais.

PFROMM NETTO, Samuel. Televisão e videocassetes ensinam - e bem. In: _________. Telas que ensinam: mídia e aprendizagem: do cinema ao computador. São Paulo: Alínea, 2001.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Nem sempre as pessoas que produzem mensagens audiovisuais com propósitos educativos tem clara consciência dos fundamentos da aprendizagem humana de proporcionar aos aprendizes situações e experiências atentas às três dimensões da apropriação significativa de conhecimentos, imersão e transformação. Ensinar e aprender exigem não somente que quem ensina saiba muito mais do que pretende ensinar, mas também que goste de ensinar e transmita claramente aos aprendizes esse gosto, esse entusiasmo pelo que ensina. Ensinar e aprender são atividades que demandam a ajuda de professores pluralistas e versáteis, generosamente abertos a uma grande variedade de contribuições de múltipla procedência, que os ajudem a ensinar – e ajudem o estudante a aprender, pois garantir a retenção e impedir o esquecimento são parte obrigatória e legítima da aprendizagem humana e não podem ser, portanto, menosprezados. Demandam materiais e programas bem-estruturados, sistemáticos, com informações organizadas em sequencias apropriadas, com palavras e imagens cuidadosamente selecionadas para facilitar a compreensão, a retenção e aplicação dos conhecimentos, levando em conta as diferenças individuais e encorajando hábitos de independência por parte de quem aprende.

A ODISSEIA DO CINEMA EDUCATIVO

O fascínio que a televisão, as gravações em vídeo e o computador exercem faz com que vista as contribuições substantivas do cinema à educação. Não faltam catálogos extensos e atuais de filmes cinematográficos especificamente destinados ao uso de professores e estudantes nos EUA, Canadá e Japão. A primeira exibição pública de filmes cinematográficos sobre uma tela ocorreu em 1895, Paris. A maior parte dos filmes produzidos nos primeiros anos da história do cinema eram de caráter documental, e um bom numero dessas fitas é tido como antecedentes do cinema educativo.
Elliot registra o surgimento do primeiro filme para o ensino médico com uma demonstração pelo Dr. Colton do uso do gás do riso durante a extração de um dente. Em 1921 foi a vez dos fenômenos físicos, notadamente os que dizem respeito à meteorologia. Em 1906 já se discutia na França o emprego do cinema com fins educativos, e em 1910 a questão do cinema escolar foi objeto de debates em congresso internacional de educadores realizados em Bruxelas.

O CINEMA EDUCATIVO NO BRASIL

O cinema aportou no Brasil nos anos seguintes ao das projeções pioneiras dos irmãos Lumiére em Paris. Primeiro no Rio de Janeiro, depois em São Paulo, Piracicaba, Campinas, Porto Alegre, Curitiba e em outras cidades. Foi entre 1897 e 1898 que aconteceram as primeiras filmagens em solo brasileiro ( Rio e São Paulo), e os filmes de então não duravam mais do que uns poucos minutos. Não é despropositado considerar alguns desses primitivos filmes de “atualidades” e documentários como precursores do cinema educativo, conquanto não haja registro de seu uso em instituições de ensino, naqueles tempos recuados.
Pouco a pouco, o acervo brasileiro de fitas educativas se expandiu, com o acrescimento tanto de filmes rodados no pais como de filmes estrangeiros legendados em português, a tal ponto que em 1929 Fernando de Azevedo pôde instituir o emprego do cinema educativo em todas as escolas primárias da cidade do Rio de Janeiro, provendo-as de projetores cinematográficos.
Por volta de 1943, o INCE contava com 257 filmes produtzidos pelo próprio instituto e 308 produzidos no exterior, muito deles com várias cópias, que circularam largamente tanto na capital federal como em outras regiões do país.

Filmes para a educação do povo:
O sonho de Edison

Starr(1950) diz que a denominação “filmes educativos” abrange os filmes instrutivos do tipo “como fazer” os filmes para estudo na sala de aula, documentários sociais, científicos, debates, cine-jornais e os cine-magazines, relações públicas, treinamento e até publicidade, abrangendo a quase totalidade dos filmes do tipo conhecido como “não-ficção” para uso fora da rede de cinemas comerciais.
Os filmes educativos fazem o trabalho dos livros didáticos sem ter a secura destes, e além disso transmitem um conhecimento que não pode ser obtido por meio da simples leitura, e uma carta de Thomas Edison deixa bem claro que os filmes cinematográficos são e serão de grande importância na educação do povo.
Os filmes cinematográficos sonoros geralmente combinam três pistas sonoras distintas: vozes, música e ruídos/efeitos sonoros, onde são gravadas e, separado e posteriormente fundidas numa única pista sonora, que pode ser magnética ou ótica. As imagens cinematográficas caracterizam-se pela sua intensidade, intimidade, ubiqüidade, particularidade e neutralidade.
A movimentação das imagens cinematográficas pode ser lenta, acelerada, invertida ou interrompida em relação à ordem cronológica da realidade. Os cinemas científico e médico compõem uma categoria especial do cinema e documental.

FUNDAMENTOS DO ENSINO POR MEIO DO CINEMA

Como meio de aprendizagem e ensino, numerosos psicólogos e educadores realizaram pesquisas científicas sobre os filmes. As conclusões a que chegaram foram sobre o valor dos filmes educativos; os princípios que determinam a influência dos filmes educativos e as observações gerais, quando a aprendizagem necessária e desejada depende de uma base de experiência.
É óbvio que, de modo geral, os resultados e conclusões das pesquisas sobre filmes educativos são de extrema utilidade para o ensino-aprendizagem por outros meios que envolvam imagens em movimento, como a televisão, as gravações em fitas e discos , a multimídia.

O CINEMA NO ENSINO MÉDICO
Foi igualmente no inicio do século XX, que em Munique foi registrado em fitas de cinema o comportamento de pacientes psiquiátricos. Antes da Primeira Guerra Mundial, surgiram os primeiros ensaios de roentgencinematografia, mas esta só produziu resultados satisfatórios a partir de 1924, com o uso do “método indireto”. Pouco antes da Segunda Grande Guerra, apareceram as câmeras especiais e as filmagens com raiox X ficaram mais fáceis, originando numerosas películas médico-cientificas deste gênero.
A endocinematografia nasceu da combinação do espelho laringoscópico com a câmera cinematográfica. A ortopedia, anatomia e áreas correlatas foram trabalhadas pela primeira vez nos filmes, entre eles o filme de embriologia sobre a fecundação do óvulo de mamífero e sobre o crescimento do embrião da galinha.
A mais notável contribuição brasileira para o cinema educativo a serviço da medicina é, no entanto, a de Benedito Duarte, onde compreende mais de 30 anos de atividade ininterrupta, iniciada com um filme sobre metodização cirúrgica. A filmografia médica internacional inclui igualmente títulos sobre clinicas geral, pesquisa medica, anatomia e fisiologia, saúde publica, bioquímica, etc..

DE 1950 AOS ANOS 90

As décadas correspondentes à segunda metade do século assitiram no Brasil, de uma lado, às mudanças substanciais na promoção do cinema educativo, mas de outro lado, notadamente a partir de 1970, a uma sensível deterioração do quadro dessa promoção.
Os anos 60 foram também os da atuação de uma valorosa batalhadora em favor do cinema para crianças no Brasil, tanto educativo como recreativo: a educadora e poetisa Ilka B Laurito.Com um entusiasmo contagiante e uma grande habilidade para trabalhar com crianças, realizou sozinha uma autentica cruzada em favor do cinema para crianças e da educação cinematográfica do menor.
Nos anos 70, grande parte dos esforços e iniciativas em matéria de cinema educativo, iniciados na década anterior, sofreu impacto da expansão da televisão no país. Vale a pena lembrar que nesses mesmos anos 70 a fundação PE Anchieta de SP funcionou como distribuidora de filmes cinematográficos educativos em 16mm para todo o país.Não podemos deixar de mencionarmos um nome que , ao longo de toda esta segunda metade do século atual, foi um autêntico campeão do cinema educativo no Brasil: Thomas Farkas.
Nos anos 80 e 90 constituíram a fase mais sombria do cinema educativo no Brasil.Os principais responsáveis pela educação e pela cultura no país, nestes anos mais recentes, deram o tiro de misericórdia no cinema educativo brasileiro.
Pode-se dizer que o cinema continua sendo uma das formas mais gerais de comunicação internacional.

Eduardo Umberto de Oliveira Candreva

segunda-feira, 30 de março de 2009

Telas que ensinam: mídia e aprendizagem do cinema ao computador - Samuel Pfromm Netto

Telas que ensinam: mídia e aprendizagem do cinema ao computador - Samuel Pfromm Netto

Fichamento: Thiago Altafini

Cap 5 - A Odisséia do Cinema Educativo

- A maior parte dos filmes produzidos nos primeiros anos da história do cinema, todos de brevíssima duração, era de caráter documental: vistas de cidades e locais interessantes, pessoas famosas, o mar, o trem, dançarinos, ginastas.
Essas fitas ingênuas dos primeiros tempos são consideradas antecedentes do cinema educativo.
A história do cinema documental e do cinema educativo se confundem, no exterior e no Brasil.


Pioneiros do filme educativo:

- Primeiro filme para uso médico: Demonstração do uso do gás do riso para a extração de um dente, pelo Dr. Colton.

- 1898 - Paris - Cirurgia realizada pelo Dr. Doyen

- 1906 - Já se discutia em na França o uso do cinema para fins educativos.

- 1910 - O tema foi debate no congresso internacional de educadores em Bruxelas. Inicio da expansão.
- Disponíveis catálogos especializados em filmes educativos em todo EUA. TODOS FILMES SILENCIOSOS.


Primórdios do cinema educativo no Brasil

- 1896 - O cinema chega ao Brasil em 1896 nas respectivas cidades do Rio, SP, Piracicaba, Campinas, Porto Alegre.

- 1897/1898 - As primeiras "atualidades" filmadas no Brasil (Rio e São Paulo) por pioneiros como Cunha Salles, Vittorio de Majo e Alfonso Segreto, podem ser consideradas como precursoras do cinema educativo no Brasil, mesmo sem registro em instituições de ensino.

- 1910 - Nascimento da filmoteca do Museu Nacional no RJ - pioneirismo no uso do cinema na educação.

- 1912 - Roquette-Pinto filma na Rondônia os índios Nambiquaras.

- 1929 - Fernando de Azevedo provém todas escolas primárias do Rio de Janeiro de projetores cinematográficos e institui o emprego do cinema educativo. Isto também acontece em SP.

- 1936 - INCE - Instituto Nacional do Cinema Educativo - atuação fecunda na produção, distribuição, projeção, e divulgação do cinema educativo no Brasil.

- 1943 - INCE - acerco de 257 filmes produzidos no Instituto e 308 estrangeiros, com várias cópias circulando pelo Brasil.


Filmes para educação do povo: o sonho de Edison

- Filme educativo: a denominação abrange os filmes instrutivos do tipo "como fazer", os filmes para estudo na sala de aula, os filmes documentários sociais, os filmes científicos, os filmes para debates, os cine-jornais e os cine-magazines, assim como muitos filmes produzidos para fins de relações públicas, treinamento e até publicidade, abrangendo a quase totalidade dos filmes de não-ficção. (Star, C. - 1950)

- 1923 - cinema mudo - Eastman Kodak lança no mercado a primeira câmera cinematográfica de 16mm.

- 1928 - Eastman Kodak inicia a produção comercial de filmes educativos
- Expansão da produção e distribuição de filmes educativos através de empresas como Encyclopaedia Britannica, Mc-Graw Hill, Film Inc, Time-Life Films, Coronet e outras.

- 1930 - A bitola 16 mm se impôs como adequada a filmes de ensino e científicos.

- 1960 - Surgimento do super 8 sonoro e sua consequente utilização no cinema educativo.

- "Os cinemas científico e médico compõem uma categoria especial do cinema educativo e documental. Recorrem a meios como a microcinematgrafia, as cinematografias infravermelha, ultravioleta e de raios X, a animação, e dispositivos e equipamentos específicos, como os empregados em filmagens no interior de cavidades do corpo (endocinematografia)".


Fundamentos do ensino por meio do cinema

- Desde o principio do cinema pesquisas são realizadas por especilaistas sobre o uso do cinema na educação.

- Hoban Jr. e van Ormer: revisão crítica das pesquisas - " Instructional Film Research Program" - Pennsylvania State University - conclusões:

1 - Valor dos filmes educativos:
a - as pessoas aprendem por meio dos filmes;
b - quanto mais adequado o uso mai efetiva a aprenizagem;
c - filmes educativos esimulam outras atividades de aprendizagem;
d - facilitam o pensamento crítico e a solução de problemas;
e - filmes apropriados são equivalentes a professores médios

2 - Princípios que determinam a influência dos filmes educativos:
a - princípio do refoçamento: os filmes são mais influentes dependendo do conhecimento prévio do espectador sobre o assunto;
b - princípio da especificidade: a influência de um filme é mais específica do que geral;
c - princípio da relevância: a influência do filme é maior quando o conteúdo é relevante para a audiência;
d- princípio da variabilidade da audiência: a influência de um filme varia de acordo com: "alfabetização cinematográfica", inteligência abstrata, educação formal, idade, sexo, experiência prévia, preconceito e predisposição;
e - princípio da primazia visual: a influência de um filme é maior de acordo com o vigor de sua apresentação visual
f - princípio do contexto icônico: resposta seletiva da audiência, de acordo com o familiar e significante do contexto icônico da ação;
g - princípio da subjetividade: a influência de um filme é ms eficiente quando seu conteúdo se apresenta de forma subjetiva para o espectador;
h - princípio do ritmo de desenvolvimento: o ritmo mais lento de um filme educativo é mais eficaz em termos de aprendizagem;
i - Princípio das variáveis de ensino: a influência de um filme é determinada pelo nível qualitativo da educação formal do espectador;
j - Princípio da liderança do professor: qualidade que afeta a influência de um filme.

3 - Observaçãoes Gerais
a - Quando a aprendizagem necessária e desejada depende de uma base de experiência possuída só de modo muito limitado pelo aprendiz, as vantagens do filme sobre outros meios de ensino são mais evidentes, particularmente quando se trata de ensino rápido e de massa;
b - A influencia de um filme geralmente é menor do a influência antecipada deste;
c - É fundamental elaborar o filme educativo para tal propósito, não meramente "artísticos";
d - È essencial que todas pessoas envolvidas no processo educativo contribuam para o filme, não apenas o produtor.

Cinema educativo na "belle epoque"

- O cinema nasce como cinetífico e educativo. O primeiro capítulo da história do cinena educativo aconteceu antes mesmo da invenção câmera cinematográfica.

- 1872 - 1882 -
Inglaterra: Muybridge - locomoção animal e humana.
França: Marey - fsiologista e médico - apresentação da primeiras filmagens em película na Academia de Ciências de Paris - 1885

- 1874 - Jansen - "Revólver fotográfico" - registro da passagem de vênus pelo disco solar.

- Afirmação do cárater educativo da maior parte da produção do cinema primitivo do final do século XIX e início do XV.

- Thomas A. Edison - 1847/1931 - precursor do cinema educativo

- Nas primeiras décadas do século XX surgiram companhias criadas especialmente para produzir e distribuir filmes educativos para escolas, igrejas, clubes, instituições políticas e organizações industriais.

- 1898 - França - nascimento do filme educativo: Dr. Doyen (nova menção) autoriza Clement Maurice (produzido pela Pathé) a filmar as intervenções cirúrgicas por ele realizadas no Hotel Dieu. Filmes exibidos em São Paulo em 1902 no Cassino Paulista, sob os títulos: Trepanação, Operação Cesariana, Extração de um papo, Operação de um quisto, Laparotomia, Amputação de uma perna e Extração dos rins. Filmes causaram escândalos.

- 1897 - Alemanha - alemães reivindicam pioneirismo - Schuster: filmes sobre doentes de Parkinson, mioclomia, hemiparesia, ataxia e sinal de Bomberg.

- 1898 - Berlin - cirurgião Ernst von Bermanm - filmagem por Oskar Messter de amputação de perna na Clínica Cirúrgica da Universidade de Berlin.

- Oskar Messter - pai do cinema e educativo e científco na Alemanha. - Filmagem em câmera lenta.


O cinema no ensino médico

- Século XX - microcinematografia - precursores: Witkins (EUA), Jean Comandon (França)

- condensação artificial do tempo - von Ries - suiça - filmagens pioneiras de fenômenos cinéticos lentos como o da divisão celular do ovo fecundado.

- Kraepelin - filmes sobre o comportamento de pacientes psiquiátricos.

- 1919 - Hamburgo - endocinematografia - Pancocelli-Calzia

- 1924 - Roentgencinematografia - Comandon e Lomon (França) / Gottheiner e Jacobsohn

- filmagen com Raio X - pouco antes da Segunda Guerra.

1907 - primeiro filme médico brasileiro - Chapot-Prevost (médico) - Hospital de São Sebastião do Rio de Janeiro - separação de duas irmãs xipófagas.

- Alberto Federmann - Instituto Biológico - responsável por muitos filmes médicos desde a década de 1920.

- Menção aos técnicos do INCE que a partir de 1936 foram resposáveis por inúmeros filmes médico-científicos.

- Benedito J. Duarte - a mais notável contribuiçao ao cinema educativo brasileiro com 30 anos de atividade ininterrupta. Filmagem do primeiro transplante cardíaco na Amérca do Sul - 1968


De 1950 aos anos 90

- 1950 -Expansão na promoção do cinena educativo brasileiro. Até os anos 70.

- Filmotecas: Embaixadas, empresas privadas, INCE RJ, Serviços de Recursos Audiovisuais do Centro Regional de Pesquisas Educacionais de São Paulo (Cidade Universitária), Secretarias Estaduais de Educação e outras.

- Filmoteca da Shell - 1941 - 60 anos de funcionamento, constitui um dos mais belos exemplos de colaboração da iniciativa privada para a educação do país. Centenas de filmes em 16mm.

- 1960 - SRAV - Além de produzir filmes educativos nacionais, funcionou como centro equipado para tradução, adaptação e dublagem dos melhores filmes educativos disponíveis no mercado internacional. Pertenceu ao SRAV uma as figuras de maor importância no cinema educativo brasileiro: Chicrala Haidar - diretor, produtor e adaptador - filmes industriais.

- 1960 - Ilka Brunhilde Laurito: cinema para crianças no Brasil, tanto educativo como recreativo.

- Seção de Recursos Audiovisuais do Setor de Assistência Pedagógica do Serviço de Ensino Secundário e Normal do Estado: apoio e iniciativas de desenvolvimento da educação por meio do audiovisual.

- Anos 70 - cinema educativo sofre impacto da expansão a televisão no Brasil. Por outro lado surge a produção audiovisual educativa destinada à TV. Destaque para Fundação Padre Anchieta / TV Cultura e sua produção edcativa para a TV e para distribuição em 16mm nos anos 70 para escolas e instituições.

- Thomas Farkas - destaque para sua contribuição para o cinema educativo brasileiro.

- Anos 80 e 90 - Decadência do "Cinema Educativo Brasileiro". Extinção das instituições produtoras governamentais.



quinta-feira, 26 de março de 2009

Seminário na UFSCar discute Educação a Distância

Não sei até que ponto é interessante pra todos, mas segue aí a notícia direto do Portal da UFSCar.

Nos dias 30 e 31 de março, a UFSCar realiza o seminário "A Educação a Distância na UFSCar", aberto a todos os envolvidos e interessados. O objetivo é debater a institucionalização da EaD na Universidade, a partir da experiência nos cinco cursos de graduação a distância oferecidos pela Instituição no programa Universidade Aberta do Brasil (UAB).

O evento terá apresentações de Vani Moreira Kenski, Diretora da Associação Brasileira de Educação a Distância, e Carlos Eduardo Bielschowsky, Secretário de Educação a Distância do Ministério da Educação. Haverá também mesa-redonda sobre as experiências e desafios da UAB-UFSCar, com a participação da coordenação da UAB-UFSCar e representantes de coordenadores de cursos, professores e tutores. Encerra o evento apresentação da Reitoria e Pró-Reitoria de Graduação sobre importância e desafios da institucionalização da Educação a Distância na Universidade.

http://www2.ufscar.br/servicos/noticias.php?idNot=2361

segunda-feira, 23 de março de 2009

Resenha: A odisséia do cinema educativo (Alberto)

Em países como EUA, Canadá e Japão, filmes em película são ainda muito utilizados com fins educativos. (p.75). Noel Carroll (1996) apresenta dados que a disseminação da televisão e do videocassete não diminuiu a produção de filmes, pelo contrário.(p.76).

Após breve explanação sobre o surgimento das primeiras máquinas de registro e exibição cinematográficas (imagem em movimento), o autor cita alguns exemplos sobre a vocação educacional do cinema desde seus primórdios, nos EUA, Europa e Brasil. Em todos os casos, o autor relaciona o cinema dos primórdios – vistas documentais – com cinema educativo.(p.76-79). Além dos filmes de ficção, praticamente tudo que é não-ficção pode ser definido como filme educacional. (p.79-80).

O autor disserta sobre os diversos formatos e bitolas para cinema, destacando relações entre aparatos técnicos e possibilidades de utilização em contextos educativos e científicos. Prossegue relatando características próprias da imagem cinematográfica, como luminosidade, enquadramento e maquinária. (p.79-82). Apresenta-se resultados das pesquisas realizadas por Hoban Jr. e van Ormer (1951) no campo de cinema educativo. Tais resultados são apresentados sem análise crítica e o autor nem sequer cita as metodologias adotadas para obtenção dos mesmos, o que evidencia o impulso do autor em reafirmar resultados de pesquisas antigas como verdades absolutas para validar a hipótese que está querendo provar, isto é, que os filmes têm alto valor e potencial educativos. (p.82-84).

O texto em questão é de extrema importância pela extensa revisão bibliográfica apresentada. Mesmo que apresentadas com pouca criticidade, o fato de serem apresentadas tantos trabalhos posteriores já é por si só um feito notável, e que serve de referência a estudos posteriores na área do audiovisual educativo. São apresentadas novas elocuções sobre o caráter educativo/científico do cinema dos primórdios. É ressaltado o valor histórico desses registros audiovisuais, observação esta que dialoga com estudos audiovisuais recentes (J.C. BERNARDET; Robert C. ALLEN e Douglas GOMERY, Michele LAGNY, entre outros). (p.85-86).

Cita-se exemplos de filmes medicinais, ou seja, descrição audiovisual de procedimentos médicos. (p.87). O autor cita ainda inúmeros exemplos de como o cinema auxiliou e o progresso médico-científico, possibilitando descobertas e divulgações bastante relevantes. (p.88-91).

Em 1950, o cinema educativo presenciou uma época de ascensão, devido em grande parte ao surgimento e fortalecimento de filmotecas. (p.91). Em 1960 foi criado o Serviço de Recursos Audiovisuais (SRAV) ligado ao Centro Regional de Pesquisas Educacionais de São Paulo. O referido órgão foi responsável pela produção de filmes educativos e principalmente pela tradução e adaptação de diversos filmes educativos estrangeiros. Os filmes produzidos e adaptados pelo SRAV eram disponibilizados para uso educativo. (p.92-93).

É lamentável o descaso acadêmico e jornalístico com os diversos filmes educativos produzidos com finalidade de treinamento industrial. (p.93-94). O autor cita ainda exemplos de cinema e educação infantil, iniciativas estatais de produção e distribuição de cinema educativo, épocas de auge e declínio do cinema educativo em prol de longas metragens ficcionais, programas televisivos e curtas-metragens de outras naturezas, o advento da televisão como ampliação do alcance do cinema educativo, iniciativas da TV Cultura/Fundação Padre Anchieta e do Instituto Nacional de Cinema Educativo, o INCE. (p.94-97).

Resenha do Capítulo "A Odisséia do Cinema Educativo"

"A Odisséia do cinema educativo", quinto capítulo do livro "Telas que Ensinam", de Pfromm Neto, se propõe a fazer um breve panorama histórico do cinema educativo no mundo, com um olhar especial para o que foi feito no Brasil desde a chegada do aparato audiovisual às terras tupiniquins.
Lembrando que o cinema surgiu no final do século IXX - pelo menos, oficialmente, já que há indícios e discordâncias sobre a tal exibição inaugural no Grand Café - tem-se então mais de um século de história de cinema, esta sempre ligada intrinsecamente à educação. A grande maioria dos filmes produzidos no início do século XX, ainda em curta-metragem (na sua maioria, menores dos que os padrões do formato hoje) tinham uma natureza documental. Desde vistas de lugares importantes e famosos, até registros de famílias influentes e outros notáveis, como artistas e esportistas em geral, esses filmes podem ser considerados os precursores do cinema educativo, já que tinham como objetivo a informação que, em um sentido mais amplo, é um objetivo do que se entende por educativo. Já nestas primeiras décadas, a aplicação do cinema enquanto instrumento de educação nas escolas já era debatido em congressos e encontros de educadores.

No Brasil, ainda que não haja registro da utilização destes vídeos nas escolas em seus primeiros anos, em 1910 nasce a filmoteca do Museu Nacional na capital federal. Aos poucos, o acervo brasileiro de fitas documentais, sobretudo tendo como tema a cultura nacional, como filmagens de rituais indígenas por exemplo, foi aumentando e, em 1929, o cinema educativo foi instituido nas escolas primárias do Rio de Janeiro, com a aquisição de projetores cinematográficos. Em seguida, já no ano de 1936, surgiu o INCE - Instituto Nacional de Cinema Educativo, iniciativa do governo federal, na figura do então ministro da educação, Gustavo Capanema, e do antropólogo Edgar Roquette-Pinto, diretor do instituto nos 10 primeiros anos. Também fez parte do quadro do INCE o cineasta Humberto Mauro, um dos mais renomados diretores do cinema brasileiro daquele momento. O instituto foi responsável pela produção de cerca de 350 filmes, sendo que destes mais de dois terços com a participação direta de Mauro, seja na produção ou na direção.


A velha a Fiar, Filme de Humberto Mauro enquanto trabalhava no INCE - 1964

Já na segunda metade do século, houve um grande destaque para a difusão das filmotecas e cinematecas, sobretudo de filmes em 16mm, e a proliferação de projetores em escolas. Ainda que bastante restritos ao sudeste, sobretudo a então capital federal Rio de Janeiro, era grande o número de aparelhos de reprodução cinematrográfica em escolas, e a produção relativamente abundante de filmes, principalmente pelo INCE, ajudaram a aumentar o acervo e distribuir o cinema como forma de educação. Através de parcerias com instituições privadas, já nos anos 60, alguns orgãos estatais de cinema educativo também foram grandes responsáveis por esse aumento, sendo responsáveis pela tradução e adaptação de filmes produzidos em outros países, sobretudo os Estados Unidos. Com a expansão da televisão no país, nos anos 70, houve um grande impacto na produção, distribuição e exibição do cinema educativo no Brasil, tal como acontecera também com o cinema comercial. Ao mesmo tempo que a TV parecia tomar o lugar do cinema na preferência das pessoas, foi também uma grande ferramenta de divulgação dos filmes educativos produzidos, até pelo seu alcance ser ainda maior do que o cinema poderia imaginar. Um dos grandes destaques neste quesito é a Fundação Padre Anchieta, que originou a TV Cultura de São Paulo. Além da exibição de muitos dos filmes produzidos pelo Brasil ou traduzidos dos que vieram de outros países, também atuou nos anos 70 como uma distribuidora do cinema educativo, aumentando assim o alcance destes, que antes estavam bem restritos ao sudeste brasileiro. A TV, assim, se torna uma concorrente direta do cinema, ao mesmo tempo que é também uma facilitadora da sua divulgação.
Os anos 80 e 90 não foram tão marcantes e produtivos no que consta sobre o cinema e, a essas alturas, o audiovisual educativo no Brasil. Muitos dos institutos, tais como o INCE e o SRAV foram abandonados e dissolvidos por mandos e desmandos políticos. As filmotecas e cinematecas sobreviveram com grande esforço e sacrifício de poucos homens, sem o apoio estatal de outrora. A produção televisiva, bastante impulsionada na década anterior acaba sofrendo do mesmo mal e, exatamente pelo caráter público, sofre dos mesmos males do cinema. Assim, pouco se produziu nestas duas décadas, se comparadas às anteriores. Exemplos como a tradução de Vila Sésamo nos anos 70 e 80, e a produção do Castelo Rá-Tim-Bum nos anos 90 se tornaram mais raros, sendo que o cinema educativo quase que se extinguiu por completo, e o que sobrou eram os velhos filmes dos anos 50 e 60, preservados pelas poucas filmotecas citadas anteriormente.
Pode-se concluir, desta forma, que o cinema educativo teve sua história pautada pela história do cinema comercial brasileiro. Em suas várias crises e alguns ápices, o cinema brasileiro como um todo sofreu com inconstâncias políticas e financeiras e sempre teve que se apoiar no estado. Quando este faltou, o cinema não conseguiu se auto-sustentar e, em alguns casos, jamais conseguiu se recuperar. Hoje, o cinema educativo brasileiro se resume aos (poucos) filmes conservados nos acervos que sobraram e a produção audiovisual educativa sobrevive por outras mídias, como a cada vez mais forte televisão e as chamadas mídias digitais, calcadas nas novas tecnologias, como discos, internet e dispositivos móveis.

Estudos realizados por Hoban Jr. e van Ormer nos anos 50 obtiveram conclusões interessantes sobre a aplicação do cinema na educação. Entre algumas destas conclusões, pode-se destacar que é possível aprender através de filmes, de forma rápida, clara e duradoura e que estes mesmos filmes, estimulando outras atividades de aprendizagem, podem substituir um professor médio, ou mesmo um excelente professor. Também chegaram à conclusão que cada filme pode ser recebido de maneiras diferentes por pessoas diferentes, variando conforme idade, sexo, classe social, etc. Pode-se entender que a comparação feita pelos pesquisadores entre filmes e professores é extremamente ilustrativa, já que é muito complicado afirmar que a ação do professor e de um filme é a mesma. Essa visão seria válida em uma concepção onde o professor é o puro tranmissor de conhecimentos e verdades pré-estabelecidas e que, assim, um filme informativo também poderia realizar esse papel. De uma forma geral, pode-se extrair desta pesquisa, a se relevar a sua datação e todos os pré-conceitos dos quais está contaminada, que o sistema educacional avalia que, de certo modo, a utilização do cinema em sala de aula, desde que bem planejada e executada, pode ajudar no desenvolvimento educacional de crianças, jovens e adultos.

A comunidade científica se utilizou muito do aparato do cinema para registro de pesquisas e descobertas, bem como divulgação de seus trabalhos em congressos, encontros e mesmo na difusão do conhecimento. Um grande exemplo disso foi a comunidade médica, que buscou no registro cinematográfico uma forma de demonstração de procedimentos cirúrgicos, sintomas de doenças raras e divulgação de curas e tratamentos. O próprio INCE produziu vários destes trabalhos, sendo o primeiro dos filmes produzidos pelo instituto um curta chamado “Lição de Taxidermia”, importante para a divulgação científica na área biológica. Também pelo INCE, foram produzidos filmes de outras áreas acadêmicas, tais como astronomia, história do Brasil e botânica, alguns dos quais exibidos e premiados em festivais do gênero educativo pelo mundo.

Desta forma, enfim, pode-se atestar que a produção cinematográfica com fins educativos no Brasil sempre esteve ligada ao apoio estatal, com mais ou menos intensidade e intervenção. Os grande destaques documentados pela história, tais como o INCE para o cinema e a TV Cultura, para a televisão, são iniciativas públicas, sustentadas por entusiastas e com relativo sucesso na sua produção e distribuição. A utilização do meio audiovisual na educação não data de hoje, nem de alguns anos atrás. Está na gênese do cinema, ou mesmo antes de sua inauguração oficial, e ambos tem suas histórias sempre entrelaçadas. Cabe a produtores, pedagogos, pesquisadores e todos os envolvidos no processo educacional e de produção audiovisual buscar o diálogo e a interação para que esta relação continue se estreitando, afim de que audiovisual e educação busquem juntos aperfeiçoar aquilo que vem construindo há muito tempo.

PFROMM NETTO, Samuel. A odisséia do cinema educativo. In: _________. Telas que ensinam: mídia e aprendizagem: do cinema ao computador. São Paulo: Alínea, 2001.

Comentários sobre "A odisséia do cinema educativo"

Em “A odisséia do cinema educativo”, capítulo 5 do livro “Telas que ensinam: mídia e aprendizagem do cinema ao computador”, Samuel Pfromm Neto faz um levantamento histórico do cinema educativo, trazendo à tona fatos, pesquisas relevantes sobre o tema e também uma análise sobre a educação através de imagens, sejam elas advindas do cinema, vídeo, televisão ou dos CD-roms, que começavam a ganhar espaço à época em que foi escrito o texto.

O conceito de cinema educativo é bastante abrangente, compreendendo, para o autor, praticamente todos os filmes de não-ficção. Assim, o cinema educativo surge com os primeiros filmes do século XIX, como os de atualidades, reportagens, viagens entre outros.

Apenas alguns anos mais tarde já se percebe o potencial educativo deste novo meio que surgia. Tanto que, em 1906, na França, debatia-se a utilização do cinema com fins educativos. E no Brasil, em 1936, foi criado o INCE – Instituto Nacional de Cinema Educativo -, com fins de produção, distribuição, projeção e divulgação do cinema educativo.

A utilização da imagem e, posteriormente, dela agregada ao som, com fins educativos foi crescendo nas diversas áreas do conhecimento humano. De estudos astronômicos, médicos – estes com um destaque a parte no capítulo – a treinamentos técnicos, o cinema começa a se popularizar como fonte de ensino principalmente com o barateamento das condições de produção e a portabilidade de novas câmeras e projetores de 8mm e 16mm surgidos nos anos 60 e 70 do século passado.

Logo a eficácia do cinema como instrumento de educação é colocada em xeque e diversos acadêmicos começam a estudá-la. Em 1951, Hoban Jr. e van Ormer fazem uma revisão de várias pesquisas e chegam a algumas conclusões, das quais destaco, dentre três categorias levantadas pelo autor do texto:

  • Valor dos filmes educativos: é possível aprender por meio dos filmes; eles levam ao pensamento crítico; filmes apropriados são equivalentes a um professore mediano, supondo-se que a função do professor é comunicar fatos ou demonstrar procedimentos;

  • Princípios que determinam a influência dos filmes educativos: as reações a um filme variam de acordo com a “alfabetização cinematográfica” de seus espectadores; o rigor da apresentação visual; a familiriadade icônica dos espectadores com relação ao tema apresentado; o ritmo de desenvolvimento do filme; e a necessidade de um professor para versar sobre o filme são princípios que alteram a influência de filmes educativos;

  • Observações gerais: os filmes funcinam bem, ou pelo menos melhor do que outros meios, quando o aprendiz tem pouca experiência no assunto; funcionam bem para ensino rápido e em massa; e quando são elaborados como ferramenta de ensino-aprendizagem.

Essas conclusões são válidas não só para o cinema, mas para qualquer outro meio que utilize a imagem em movimento na educação, como a televisão, o vídeo e os CD-roms.

O texto trata ainda da importância das filmotecas das embaixadas e consulados e de organizações privadas, que colocaram a disposição de escolas centenas de filmes sobre diversos assuntos. Este acervo foi muito importante para o desenvolvimento do cinema educativo no Brasil, assim como também foi a criação, em 1960, do SRAV – Serviço de Recursos Audiovisuais – no Centro Regional de Pesquisas Educacionais de São Paulo.

Além de produzir filmes originais voltados para o ensino, o SRAV também era responsável pela tradução, adaptação e dublagem de filmes educacionais estrangeiros. E foi também um centro formador de especialistas em recursos audiovisuais para a América Latina.

Nos anos 70, com a popularização da televisão, ganha força a produção de filmes educativos para a tv, sendo a Fundação Padre Anchieta/TV Cultura responsável por várias séries educativas. Não somente como produtora, mas também como distribuidora delas.

No entanto, nas décadas de 80 e 90 temos “a fase mais sombria do cinema educativo no Brasil”. O SRAV foi extinto e o INCE desapareceu. Por outro lado, de 90 pra cá há a popularização dos videocassetes e também o boom da internet (este último posterior ao texto e, portanto, não mencionado) que ajudam a difundir os filmes educativos para um grande número de pessoas. Ainda que não na forma mais tradicional de cinema, várias dessas mídias utilizam as mesmas técnicas de comunicação visual empregadas pelo cinema.

Aula 03 - Xerox do Cap. 5 do livro do Pfromm Netto

Olá pessoal,

Aproveitando que nosso colega Paulo é detentor legal de uma cópia do livro que devemos ler pra aula de daqui a pouco, escaneei o capítulo 5 e disponibilizo-o aqui no nosso blog, em diversas resoluções.

Um tanto em cima da hora, mas antes tarde do que nunca... Se até a justiça falha, porque eu, reles mortal, ... ah! deixa pra lá!

Aproveitem e até amanhã!

ABC's

PFROMM NETTO, Samuel. A odisséia do cinema educativo. In: _________. Telas que ensinam: mídia e aprendizagem: do cinema ao computador. São Paulo: Alínea, 2001.

(Tive que tirar os links por falta de espaço no servidor. Se alguém quiser os arquivos, favor entrar em contato comigo. Alberto)

sábado, 7 de março de 2009

Apresentação

Este é o Blog das disciplina Educação a distância e audiovisual, oferecida para o curso de Mestrado em Imagem e Som do Programa de Pós-Graduação em Imagem e Som da Universidade Federal de São Carlos.



Prof. Dr. Glauber Santiago

Ficha de Caracterização

Nome da disciplina:

Educação a distância e audiovisual

Ementa:

A disciplina visa possibilitar aos alunos uma visão introdutória do estado da arte da Educação a Distância (EaD) para que possa articular as várias interfaces que esta modalidade de educação tem com o Audiovisual. Para isso serão apresentados desenvolvimentos históricos, conceitos e aplicações da EaD e das várias interfaces que esta teve, e tem, com o Audiovisual.

Bibliografia:

MOORE, Michael. Educação a Distância: Uma Visão Integrada. São Paulo: Thomson Heinle, 2007.

PFROMM NETTO, Samuel. Telas que Ensinam: Mídia e Aprendizagem: do Cinema ao Computador. São Paulo: Alínea, 2001.

LITTO, Frederic M. Educação a Distância - O estado da arte. São Paulo: Pearson, 2008.